domingo, 23 de agosto de 2009

Reaparece a Tolerância

Na sexta-feira passada, dia 21/08, foi divulgado na imprensa que “a juíza da 3ª Vara Cível Federal de São Paulo, Maria Lúcia Lencastre Ursaia, determinou que os símbolos religiosos (crucifixos, imagens, entre outros) poderão permanecer nos órgãos públicos. Ela entendeu que não ocorreram ofensas à liberdade de escolha de religião, de adesão ou não a qualquer seita religiosa nem à liberdade de culto e de organização religiosa, garantias previstas na Constituição. Para a magistrada, o Estado laico não deve ser entendido como uma instituição antireligiosa ou anticlerical. 'O Estado laico foi a primeira organização política que garantiu a liberdade religiosa. A liberdade de crença, de culto e a tolerância religiosa foram aceitas graças ao Estado laico e não como oposição a ele. Assim sendo, a laicidade não pode se expressar na eliminação dos símbolos religiosos, mas na tolerância aos mesmos', afirmou ela, na decisão.”
Enfim se vê uma manifestação de equilíbrio, bom senso, tolerância, honestidade e respeito. É justo que esta notícia apareça aqui, depois de havermos falado de intolerância. Na decisão da juíza aparece o que se espera de um verdadeiro magistrado: equidade. E o respeito aos valores (de origem religiosa, sim, por que não?) que fundamentam a sociedade brasileira.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O DNA e o Sentido da Vida

Há alguns cientistas que, às vezes, são "descobertos" pelo público em geral e tornam-se bons vendedores de livros. Eventualmente, algumas de suas obras chegam a ser "best-sellers" e eles viram "moda". Começam a participar de entrevistas, debates televisivos, são convidados a dar palestras sobre seus pontos de vista...
Um desses que anda na moda atualmente é Richard Dawkins, biólogo, antigo professor da Universidade de Oxford.
Convidado para participar da FLIP (Feira Literária de Parati, RJ) este ano, Dawkins foi entrevistado pelo canal de TV por assinatura Globo News. Conforme o biólogo, não existe vida depois da morte, a vida humana (assim como todo o universo) é produto de um grande acaso e o sentido da vida é a propagação do DNA.
Confesso que não entendi o que ele quis dizer com isso... Eu pensava que nós, seres humanos, é que éramos inteligentes. Mas, da forma como colocou Richard Dawkins (sem muita explicação), parece que o DNA tem inteligência própria e nós, as pessoas, somos meros veículos para a sua propagação. Isso faz algum sentido?

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Intolerância

Está na moda, hoje, dizer que tal ou qual grupo ou pessoa é intolerante. Em geral, grupos religiosos são as "vítimas preferenciais" desse adjetivo. Por exemplo, muçulmanos foram acusados de intolerância quando protestam porque charges debochadas sobre Maomé, seu profeta e fundador, foram publicadas em jornal europeu; católicos são chamados de intolerantes quando se pronunciam contra o aborto dos bebês anencéfalos ou as experiências com embriões (oum, para usar o eufemismo, células-tronco embrionárias) ou, ainda, quando seguem afirmando o celibato dos padres (que é um assunto interno da Igreja Católica, diga-se de passagem).
Mas não só os grupos religiosos sofrem desse tipo de acusação. Qualquer um, grupo ou pessoa, que ouse levantar-se para externar uma opinião diferente da suposta maioria ou, ainda, contrário ao que dizem certos cientistas, será imediatamente tachado de intolerante e constrangido a calar-se. Se teimar em continuar falando, sua voz será sufocada pelos gritos de seus "tolerantes" acusadores (ou por seus deboches, o que vem a dar na mesma).
Em uma sociedade democrática, qualquer pessoa ou grupo, minoria ou maioria, pode opinar sobre os temas de interesse comum. Ainda que a sociedade, democraticamente, rejeite a opinião desse grupo ou indivíduo, a este deve ser garantido o direito de argumentar a respeito de seu ponto de vista e de ser ouvido. O deboche ("mas isso é um argumento religioso") ou o argumento de autoridade ("isso é uma verdade científica" ou "isso está cientificamente provado") são totalitários e, portanto, anti-democráticos.
Onde está, então, a intolerância? Naqueles que pedem respeito a suas próprias posições e o direito de apresentar seus argumentos? Ou naqueles que impedem qualquer manifestação para fazer valer uma posição arbitrária?
Vivemos o tempo dos contrários, quando intolerantes são os que dizem não ser, mais que os rotulados de sê-lo.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Leitura do nosso tempo

Há uma tendência nefasta e até mesmo desonesta de julgarmos a história, geralmente com componentes ideológicos, com base em realidades contemporâneas. Um exemplo disso é a miopia como é vista a Idade Média pela modernidade e pós-modernidade. Entretanto a leitura correta de cada tempo, por aqueles que vivem no seu tempo, é fundamental para se identificar os problemas e encaminhar a solução do presente, ter uma visão correta do passado e contribuir para o aperfeiçoamento do homem e da sociedade nos tempos futuros. Talvez isso explique porque cometemos os mesmos erros.

Vinho velho em odres velhos

A expressão vinho velho em odres velhos fica bem apropriada para a política brasileira. Os recentes eventos ocorridos no Senado Federal e também na Câmara de Deputados, não podemos esquecer, demonstram como está sendo feito política neste País. Mas isso parece não ser novidade. A novidade é que estamos vivendo uma nova fase que é a transparência da malandragem. Quando o senador José Sarney, junto com sua família, se apropria do erário público empregando parentes e não vê problema algum; quando 0 senador Paulo Duque diz que durante a sua vida pública já empregou mais de 5 mil pessoas, inclusive parentes e diz que a opinião pública é volúvel; quando o deputado Sérgio Moraes diz que está se lixando para a opinião pública; quando o senador "ex-presidente cassado" Fernando Collor se põe de vítima e faz ameaças ao senador Pedro Simon, não tenho dúvida que estamos vivendo o pior dos mundos que é a institucionalização da imoralidade e da falta de ética. A mudança dessa realidade passa pela reflexão de cada um de nós. Cabe as indagações de quem sou eu, quais são meus valores, que tipo de sociedade desejo para mim e para os que me são caros, qual a minha parcela de participação no projeto nação-brasileira? Creio que esse exame de consciência seja fundamental para iniciarmos um processo de mudança.

domingo, 2 de agosto de 2009

O Milagre de Santa Ana

Talvez alguém diga: mais um filme sobre a II Guerra Mundial? Mas, gente, este é um daqueles que vale a pena assistir.
Violento, como sempre é um filme de guerra, mas não em demasia. Belo, delicado, comovente.Trata menos da guerra e mais dos seres humanos que, soldados ou civis, são as suas maiores vítimas.
Spike Lee é um excelente diretor. Mas desta vez, desviando da temática da marginalização e do racismo, conseguiu, com muita delicadeza, mostrar que algo ainda pode fazer sentido em meio ao absurdo e à desolação.
Vejam o trailer no link abaixo:

Pra começar...

Como abrir um blog feito para a troca de ideias? Talvez dizendo que pensamos nele para ser útil, antes de tudo.
É o que está escrito no título: através da expressão de pontos de vista, da descrição e da análise de fatos queremos contribuir para que as pessoas olhem de modo diferente para a realidade que as cerca, talvez com olhos novos, mais abertos, com maior compreensão, consciência e lucidez e, esperamos, com mais humanidade.
Nada mais desvalorizado hoje do que isso, a humanidade. Valoriza o técnico, o (pseudo?) científico, a mercadoria... mas não o humano, aquilo que nos caracteriza no mais profundo de nós mesmos, aquilo que nos diferencia e nos posiciona na existência.
E, por isso, que mundo terrível estamos construindo!...
Mas não queremos que estas "poucas palavras" sejam de desalento, de desesperança... Pelo contrário! Como um velho amigo disse há alguns anos, o mundo ainda existe e não se destruiu porque existem mais pessoas boas do que ruins, pessoas que agem promovendo o bem para os seus próximos.
Por isso, criamos este blog - para promover a pessoa e os valores que a constroem e promovem enquanto tal, para que todos os que compartilharem estas "poucas palavras" e (esperamos) "muitas coisas" conosco (re)encontrem a beleza da nossa humanidade.