sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Verdades (ou mentiras?) históricas...

Salvou mais de 800 mil judeus
Jornal israelense: Acusações contra Pio XII não têm fundamento
ROMA, 02 Fev. 10 / 07:39 am (ACI)

O L'Osservatore Romano deu a conhecer hoje um artigo publicado no jornal israelense Haaretz, no qual se explica que as acusações contra o venerável Papa Pio XII são totalmente infundadas, que a diferença do que dizem seus caluniadores este Pontífice fez muito para defender os judeus, salvando mais de 800 mil deles de morrer no holocausto, e que além disso, os nazistas o conheciam bem e lhe temiam.

O artigo, que aparece logo depois da defesa que também fizera de Pio XII e do Papa Bento XVI o intelectual francês Bernard-Henri Lévy atrás da assinatura do decreto que proclama as virtudes heróicas do Papa Pacelli, questiona a falta de provas daqueles que acusam este grande Pontífice e explica, como uma de suas primeiras medidas que ordenou em 1933, quando ainda era Secretário de estado, ao Núncio na Alemanha foi "ver quê coisas podiam ser feitas para rebater as políticas anti-semitas do nazismo".

Seguidamente recorda a encíclica "Mit brennender Sorge", redigida pelo ainda Cardeal Pacelli em representação de Pio XI que condenava a "doutrina nazista". Este documento "foi introduzido ilegalmente na Alemanha e lido nos púlpitos das igrejas em 21 de março de 1937".

Cinco dias depois, um funcionário do Ministério de Relações Exteriores da Alemanha, Hans Dieckhoff, escreveu que "a encíclica contém ataques muito duros ao governo alemão e exorta os católicos a rebelarem-se frente à autoridade do Estado".

"Logo depois da morte de Pio XI, em 2 de março de 1939 foi eleito Papa o Cardeal Pacelli. Os nazistas estavam descontentes pelo novo Pontífice que tomou o nome de Pio XII. Em 4 de março, Joseph Goebbels, Ministro alemão de propaganda, escreveu em seu jornal: 'almoço com o Führer. Está considerando a idéia de anular o concordado com Roma depois da eleição de Pacelli ao pontificado'".

O artigo do Haaretz explica logo que "durante a guerra, o Papa não ficou em silêncio: em numerosos discursos e encíclicas defendeu os direitos humanos para todos e chamou as nações beligerantes a respeitar os direitos de todos os civis e prisioneiros de guerra".

"Contrariamente ao que acreditam muitos de seus caluniadores, os nazistas compreenderam Pio XII muito bem. Logo depois de ter examinado atentamente a mensagem de Pio XII para o Natal de 1942, o escritório central do Reich para a segurança concluiu: 'Como nunca antes acontecera, o Papa repudiou a nova ordem nacional-socialista européia. Acusa virtualmente o povo alemão de injustiça para com os judeus e se faz porta-voz dos criminosos de guerra judeus'".

O texto anima logo a consultar "qualquer livro que critique a Pio XII e não se encontrará nem rastros deste importante relato".

Depois de assinalar que Pio XII "esteve em estreito contato com a resistência alemã" e contribuiu à ajuda que os americanos deram aos soviéticos invadidos pelos nazistas, o artigo do jornal Haaretz indica que "no curso da guerra, o pessoal encarregado pelo Papa ordenou aos representantes diplomáticos vaticanos em muitas zonas ocupadas pelos nazistas e nos países do Eixo, intervir em nome do povo judeu em perigo".

"Até a morte de Pio XII, em 1958, muitas organizações, jornais e líderes judeus elogiaram seus esforços. Para citar um de tantos exemplos, Alexander Shafran, rabino principal de Bucarest, em sua carta de 7 de abril de 1944 ao Núncio Apostólico na Romênia, escreve: 'Não é fácil para nós encontrar as palavras justas para expressar o afeto e o consolo recebidos graças ao interesse do Sumo Pontífice que doou uma cifra enorme para aliviar os sofrimentos dos deportados judeus. Os judeus da Romênia não esqueceremos jamais estes fatos de importância histórica'".

O artigo do jornal israelense Haaretz finaliza assinalando que "a campanha contra o Papa Pio XII está destinada ao fracasso porque seus caluniadores não têm nenhuma prova para sustentar suas acusações principais, quer dizer, que ficou em silêncio, que era favorável ao nazismo e que fez pouco ou nada para ajudar aos judeus".

"Talvez –conclui– só em um mundo ao contrário do nosso, o único homem que, no período bélico, fez mais que qualquer outro líder para ajudar aos judeus e outras vítimas do nazismo, receberia a condenação mais dura".

(extraído de http://www.acidigital.com/noticia.php?id=18086)