sexta-feira, 16 de julho de 2010

Igreja Católica e direitos humanos vs Lula e os irmãos Castro

A Igreja Católica em Cuba assumiu um papel importantíssimo, intensificado este ano: tornou-se mediadora na libertação de presos políticos e na melhoria das condições dos direitos humanos na ilha.

O cardeal cubano Jaime Ortega reuniu-se várias vezes com o presidente Raul Castro, obtendo a libertação recente de 17 pessoas (08/07/2010) e a promessa de outras 47 serem soltas em três ou quatro meses. O chanceler espanhol Miguel Ángel Moratinos chegou a viajar até a ilha para finalizar as negociações, pois o governo cubano colocou o exílio na Espanha como condição para libertar os prisioneiros.

Para vergonha do Brasil, porém, há alguns meses atrás o presidente Lula, em visita a Cuba, recusou-se a interceder em favor dos presos políticos do regime castrista, não quis ler a carta que lhe fora encaminhada por estes e ainda defendeu que o governo dos irmãos Castro não deveria ceder à chantagem. Embora tenha, no final do ano passado, assinado um decreto que colocava em pauta o famigerado Plano Nacional de Direitos Humanos III (PNDH-3), uma vez em Cuba, o presidente Lula tornou-se defensor de uma ditadura reconhecida internacionalmente como grande violadora dos direitos humanos (há relativamente poucos anos atrás o ex-presidente Fidel Castro mandou fuzilar cubanos que tentavam fugir de Cuba para os Estados Unidos por mar e a ilha mantém hoje, conforme os números oficiais, 167 presos políticos).

Dada a voz aos ex-presos, agora exilados na Espanha, a menção a Lula foi dura: foi criticado por sua amizade com Fidel e Raul Castro, por haver dado pouca importância à condição de Orlando Zapata (que estava em greve de fome pela libertação dos presos políticos quando o presidente brasileiro viajou a Cuba e morreu pouco depois) e por haver comparado os presos políticos a criminosos comuns.

Mais um ponto negativo para Lula, cujo saldo devedor já estava bastante grande depois das visitas a diversos países ditatoriais do continente africano (cujos ditadores prolongam-se no poder à custa da vida dos que lhes fazem oposição e que foram convenientemente elogiados pelo presidente brasileiro como "democráticos" e "defensores dos direitos humanos").

E mais um ponto positivo para a Igreja Católica, que, mesmo tão duramente criticada por quase qualquer coisa que diga ou faça nos últimos tempos, jamais se esquiva quando se trata de cumprir o seu papel de defensora da pessoa e dos direitos humanos.

(sobre a libertação dos presos cubanos e o presidente Lula, ver também: http://bit.ly/93FVga)

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